Oi galera! Temporada de shows começando e no final da semana passada, fui chamado para ser o interprete da banda japonesa de "visual key": LM.C.
Eles já estiveram aqui em 2009, tocaram no Santana Hall e tem muitos fãs aqui no Brasil!
Pois é, no início tentei indicar uma amiga para o trabalho, mas diante da impossibilidade da referida, resolvi fazer a "gig! Produção conjunta da All Access (
link)do AC Dreffein ( não o via faz muito tempo, mas trabalhamos juntos com o Hammerfall, Stratovarius e Magnus Rósen) e da empresa Free Pass (
link)
A agenda da banda incluiu as datas de 4 de maio (chegada em São Paulo, oriundos do Chile), 5 de maio (show) e 6 de maio (partida para Bogotá, na Colômbia). Ou seja, quase 3 dias de trabalho e boa oportunidade de falar japonês novamente!
No aeroporto, acho que o personal manager deles, Kazuhito Kusaka, tomou um susto quando disse que era brasileiro, que vivi em Tokyo e trabalhei numa das mais tradicionais lojas de instrumentos musicais - do grupo Kurosawa Gakki. Os técnicos idem...E assim quebrei um "gelo" tradicional da primeira impressão e da formalidade dos japas!
A comitiva da banda é composta de 11 pessoas:
os líderes: o vocal Maya e o guitarrista Aiji.
A galera que cuida da tour: personal manager Kusaka; a assistente dele Emiko; a maquiadora Choi. O técnico de som Shigeru Kawai e o técnico de guitarra/baixo Hiroaki Kato.
Sim, não tinha técnico de bateria....No show, fui o drumtech e apesar de detestar, até que curti fazer isso depois de tanto tempo!
A banda: o performer/DJ, Kenichiro Nakano, o baterista Keiichiro Nomura, o tecladista Masakatsu Minei e o baixista Satoshi Nishihira.
No primeiro dia (sexta feira), a banda chegou e fomos direto para o hotel (fiquei hospedado também) e depois churrascaria! E foi uma comilança sensacional! Comidas, carnes e sobremesas e até o pão de queijo embrulhado para viagem, causaram frisson nos japas. Evidentemente, me contive heroicamente e apenas exagerei acompanhando o AC, Heloisa e Kusaka, degustando uma torta de limão bem suculenta.
Saímos da churrascaria, passada banda larga numa loja de conveniência e voltamos para o hotel para descansar.
Dia de show, tomei café da manhã com os seguranças: Sombra e Edu. E fui com a banda para a montagem do palco. O backline já estava no local e a empresa Potenza, do meu amigo Felipe Capela estava no batente fazendo os preparativos para a montagem.
Na foto abaixo, a galera chegando no Carioca Club! Parecia uma convenção de hair stylist, dada a quantidade de cabelos coloridos entre outras coisas coloridas!
Bom galera, as fotos estão bem simples porque os japas não as autorizaram. Ou seja, apesar de ser uma determinação, eles estavam flexíveis - mas a restrição valeu para a audiência e para alguns dos técnicos. As poucas fotos que tirei, o personal manager Kusaka, me autorizou, contanto que não fossem feitas de frente e principalmente, fotos tirada dos líderes.
Na foto abaixo, os amplificadores: 2 cabeçotes Marshall JCM2000 e 2 caixas Marshall 4 x 12" . Bateria montada e o backdrop duplo como cenário para o show.
Amplificador de baixo: Ampeg SVT Pro e caixa Ampeg 8 x10 e bateria da DW.
Na foto seguinte, a pedaleira do guitarrista Aiji - que é controlada pelo técnico de guitarra Kato. O guitarrista apenas controla um pedal de distorção para solos, afinador e um pedal de volume posicionados perto da caixa de retorno.
O técnico de guitarra também faz a montagem do set-up do tecladista: são 2 x laptops MAC, 1 laptop para timbres do teclado, 3 interfaces, 2 HDs portáteis, 2 decodificadores e os teclados.
Aqui na foto abaixo: o visual do backdrop da banda e a passagem de som da bateria.
Mais uma foto dos amplificadores. Tirei foto das guitarras, mas ficou bastante horrível. Então coloquei a foto do catálogo da ESP, o modelo assinatura do guitarrista Aiji. O desenho da guitarra foi feito por ele junto com um os luthiers da ESP. Os captadores: Seymour Duncan ponte JB e braço 59 model. A guitarra reserva tinha um "suspeito" arco íris como motivo de acabamento!!!
Na foto seguinte, o início do soundcheck da bateria.
Passagem de som da banda. Foi quase uma hora e meia de acertos. O guitarrista Aiji realmente tem ouvidos privilegiados e muita experiência. Deu trabalho acertar tudo, mas a recompensa foi justamente na hora do show: tudo perfeito e sem ajustes complementares. Eu e Felipe Capela da Potenza e o técnico de PA, Kawaisan...mandamos bem....modéstia a parte!
Na foto seguinte, mais foto do soundcheck da LM. C. Bem legals! Lembrei dos shows que trabalhei no Japão...do jeito nipônico de fazer isso! Insano mais infalível na maioria das vezes!
Galera pronta para o início do show! Fiquei 2 músicas na cabine de som com o Felipe. Depois na terceira música, fiquei atrás do baterista!
Fiquei posicionado atrás da bateria e atrás do DJ Nakano. Quem conhece o palco do Carioca Club sabe o quanto é apertado e "promíscuo" o mini espaço para os técnicos, atrás da bateria. Mas entre um aperto e outro, curti o show tranquilamente.
Minha visão na maior parte do show: baterista, bateria, pedestais, pratos, microfones, cabos do click, pedais, baquetas e druuuuuuuuu pa-pa-pa pra-pra......splashhhhhhh!
Fotinha do batera. Olha...fazia tempo que não trabalhava como técnico de bateria. Foi bom! E não tive muito trabalho. Ajustei 2 ou 3 pedestais durante o show e reposicionei o microfone do surdo em duas ocasiões...E reposição da água e gatorade. Muito tranquilo!
Nesta foto abaixo, o baterista Nomura "mandando bala" numa música bem rápida. O cara toca superbem e foi elogiado pelo AC Dreffein (o tour manager) que também foi baterista da formação clássica da banda alemã Running Wild e recentemente da banda Lacrimosa.
No hotel, o baterista me agradeceu - porque na verdade, eu não tinha qualquer obrigação de ser o drumtech. mas sabe como é...atendi ao pedido do personal manager e isso sensibilizou-os bastante. De minha parte, foi bem legals...não sei ficar parado.
Na foto abaixo, a minha visão do palco. Pois é, ser drumtech não tem muita perspectiva...você tem que estar totalmente concentrado na bateria, nas peças e no músico!
Set list da banda, esse list usei no show e depois dei para minha sobrinha Lyss, devidamente autografado pelo líderes: Maya e Aiji.
E na última música, antes do bis...eles me chamaram no palco para traduzir as mensagens que o vocalista Maya e o guitarrista Aiji queriam passar para o público. Foi algo surreal para mim porque nunca tinha feito algo similar...mas foi adrenalizante! Só depois que a ficha caiu...
No dia seguinte no hotel, duas meninas vieram para pegar autógrafos e me disseram: poxa, curti quando você traduziu eles no palco! Isso foi algo bastante recompensador...pelo fato de que estava quase 10 anos sem praticar o idioma de maneira intensa.
Depois do show, teve um meet & greet com fans selecionados e voltamos para jantar no hotel.
O jantar foi o momento de agradecimento da banda para o staff, promotores e nós. O guitarrista Aiji veio a mim e ficamos conversando sobre equipamentos, minha vivência no Japão e rolou um convite de vê-los em Tokyo em 2013. Bem legals!
No domingo, a banda partiu para a Colômbia dando seguimento a tour. Fui com o vocalista Maya no correio e ele disse: logo agora que começamos a ficar mais amigos, nos separamos...pois é...tour é isso.
Trocamos agradecimentos, contatos de Facebook, Twitter e espero revê-los novamente na estrada. Apesar de ser um estilo de som diferente do tipo que eu curto e normalmente trabalho - é sempre bom fazer novos amigos e ampliar nossas visões musicais.
Este sábado (dia 12/05) , estarei com a banda No Use For a Name, novamente no Carioca Club. Serei o stage manager e me acompanhando: o Elias do Studio Latitude, Felipe Makiyama e o Rafael Turri. Todos, alunos do curso de técnicos de palco e roadies. Elias já tem muita experiência, faz cordas e bateria. Felipe faz cordas e bateria e o Rafa será nosso corre-corre!
Até a próxima! abrax a todos!