Monday, April 30, 2012

Geringonça High Tech!

E aê galera! Espero que estejam bem! Bom...outro dia, um amigo músico comentou: "Henry, curti seu apoiador de braço cheio de mega traquitanas, mas achei ele... baixo (de altura) para violões e guitarras acústicas. Será que tem jeito de fazer  o apoiador mais alto? Eu disse que bastaria utilizar um toco de madeira mais alto - na verdade, aquele que ensinei numa postagem anterior, era para roadies e técnicos de palco!
E resolvi fazer outro, para ser utilizado em violões e guitarras mais "gordas". Pode ser uma ferramenta caseira, para oficina e também para a estrada. Mas acho que fica melhor numa oficina ou em casa.
De certa forma, eu mesmo prefiro um apoiador mais alto.
Aqui na foto abaixo, uma prévia de como ficou! Pois é...parece um filhote de "transformers"...ou na linguagem luthierística: geringonça high tech!
Vamos ao passo-a-passo bem resumido, porque fica muito enfadonho de ler....mas escolhi um pedaço de mogno perdido e abandonado. 
 Cortei um pedaço na serra de fita depois desempenei as faces na desempenadeira e dei acabamento suave na lixadeira de fita.
 Eu tinha um pedaço de jacarandá imperial oriundo de um móvel antigo que também estava abandonado - era um pedaço insignificante e utilizava o referido para enxertos. Pois é, a intenção é sempre "ressuscitar" esses pedaços abandonados e trazê-los de volta para uma finalidade útil!
Depois das marcações feitas com lápis, mandei bala com a furadeira de bancada.
 Fiz furos na parte inferior do toco para colocação de pés de borracha. Ou seja, os pés ficam rebaixados até a metade na cavidade.
Na foto seguinte, os quatro rebaixos para os pés de borracha
E como ficou depois de pronto!
 Lembram das braçadeiras para pastas (canaletas de plástico) que utilizei anteriormente como suporte de palhetas? Pois é, coloquei duas no bloco de madeira - na frente e na parte traseira.
 Na foto abaixo, comprei um pé ajustável para mesa ou móvel. Você encontra fácil em casa de material de construção ou de utilidades.
Parafusei a peça na base do apoiador. Esse pé de mesa será o suporte para a base superior do apoiador. E terá um ajuste de altura.
 Olha na foto abaixo, a peça parafusada na base de madeira.
 Na foto seguinte: fiz o suporte do braço em um pedaço de mogno abandonado e fiz as cavidades de inserção dos parafusos.
 Aqui na foto abaixo, o parafuso na parte de baixo que está travado pelo aperto de uma borboleta devidamente adaptada.
 E na foto seguinte, a parte de cima com a cabeça em formato de porca que está rebaixada na base de madeira. 
 Esta peça abaixo é o mesmo sistema que utilizei no apoiador para roadie de postagem anterior.
 Olha a peça montada e pronta para ser parafusada no pé de mesa e receber a luminária. Aliás, a luminária tem o ajuste de altura, por conta, do sistema que vocês poderão notar nas fotos subsequentes...
 Na foto abaixo, detalhe da mola inserida no parafuso para deixar o ajuste de altura mais preciso e manter a base da peça mais firme.
 E na foto seguinte: o sistema todo montado no suporte com a luminária posicionada no topo.
 Lembram dos furos na base de madeira? Pois então...são destinados para "estacionar" os pinos dos encordoamentos dos violões dreadnought! Assim, evita de perdê-los na bancada!
 Pois é, esses dois furos eu fiz pensando numa coisa e não rolou...porque decidi colocar dois acessórios na base de madeira. Como estava com preguiça de tampar os furos...resolvi improvisar!!!!
 Como se trata de um suporte apoiador que é destinado também para violões, decidi colocar um diapasão. A improvisação contou com as seguintes peças: um parafuso pequeno, uma arruela e uma capa de plugue de áudio.
 Passei o parafuso pela capa do plugue e fixei a peça de pé. A arruela é apenas para dar firmeza ao conjunto. E inseri o diapasão de pé, dentro da capa do plugue.
 Aqui, na foto abaixo, como ficou o diapasão nessa improvisação! Na verdade, o furo era para abrigar o diapasão diretamente na madeira. Desta forma, imaginei que o volume da vibração (após golpeá-lo) seria alto. Mas fiz o teste e não notei nenhuma alteração considerável. Porém, desta forma, o diapasão soou com mais sustentação. 
 Na foto seguinte, um hashi (sim, palitinho!) ...hahahahahaha....uma leve referência oriental nessa geringônça! O hashi serve apenas para golpear o diapasão, para fazê-lo soar!
 E aqui, a verdadeira serventia da canaleta na parte traseira da geringonça: abrigar o hashi!
 E aqui....o afinador que resolvi acoplar no sistema. Além do diapasão, um afinador simples e útil para violões e instrumentos similares.
 As peças laranja(s) com um parafuso agregado foi improvisada de partes de um grampo de plástico que quebrou. Era de tamanho maior e resolvi guardar as peças...vale a dica: um dia serve para alguma coisa....NUNCA jogue nada fora!
 Apenas parafusei a peça na cavidade, que no início serviria para abrigar um enrolador de cordas. Mas desisti do intento...e a utilizei como suporte do afinador. E ficou assim, veja na foto abaixo:
 Na foto seguinte, acoplei um capotraste na base do pé de mesa que serve de suporte a parte superior do apoiador. Como se trata de um apoiador que será muito utilizado em violões, resolvi deixar o capotraste nas imediações. Aliás, a referida é bastante útil quando você precisa retirar as cordas dos pinos e fazer algum tipo de reparo ou manutenção rápida (sem que seja necessário a retirada do encordoamento das tarraxas). Em shows, esse expediente me faz ganhar tempo e facilita sempre o meu trabalho!
 Sim, sim, sim, eu sei...se o capotraste não travar na base desse pé de mesa....é feio e incômodo! Para tal, resolvi utilizar esse tal de "tapa furo" de PVC.
 Aqui na foto abaixo, o "tapa furo" travando o capostrate no pé de mesa. Para destravar, basta empurrar a peça de PVC para cima. Fácil e rápido! Pois é...esse tapa furo, eu comprei por engano e sabia que um dia serviria para algo...e olha que visualmente...ficou até dahora!!!!!
 Aqui em baixo, uma foto do tipo " visão geral" dessa "geringonça"...com todos os acessórios acoplados. Que tals?
Ahhhh, e a canaleta na parte frontal...serviu para colocar as palhetas! hahahahahahahahaha!
 Por ironia do destino...estou sem nenhum violão em casa para utilizar nesse novo suporte. E na escola de luthieria, o violão é tão feio que acabei optando pela minha Les Paul na foto. Mas tenho certeza que vocês entenderam o "espirito da coisa"! 
 A luminária acesa com boa visualização e olha que...curti esse suporte até com instrumentos sólidos convencionais. Estou utilizando em casa e fiz outro de presente para meu amigo que...de certa forma...foi quem teve a idéia de melhorar o anterior.
Imagino que vocês estavam esperando mais postagens de ferramentas novas, gambiarras (no bom sentido) e improvisações! Desculpem pela demora....idéias não faltam, o que falta é tempo...
E a temporada de shows vai começar! Sim...agora as ferramentas estarão sendo testadas e sempre que tiver um "update" eu aviso! E mando notícias dos shows!
Valews galera!

Tuesday, April 24, 2012

High Clear nas conexões, inclusive as cerebrais!

Eu posso ter sido o pioneiro ou não...??? Mas devo ser provavelmente, um dos primeiros que fez testes com cabos, quando era colunista da revista Guitar Player Brasil. Lembro que na época, recebemos um "fax" com uma citação elogiosa por parte da empresa, a respeito do teste realizado e publicado. 
E teve uma outra ocasião que uma outra empresa nos enviou 2 cabos para análise. Devolvi os cabos para os responsáveis do departamento comercial da publicação (que sempre intermediaram esses agendamentos de testes de equipamentos). Mas contatei a empresa em questão para tentar adquirir uma quantidade razoável de material e para minha surpresa, me foi negado sob alegação de que esse tipo de venda só seria aprovada, caso o comprador (eu) não tivesse ascendência oriental!!!! Sim, inacreditável, mas aconteceu!
Bom, são curiosidades do passado e mesmo hoje em dia, não tenho nenhum vínculo com qualquer tipo de mídia ou publicação do mercado musical...mas faço testes atendendo a solicitação das empresas e profissionais envolvidos com as mesmas. 
Desta feita, recebi equipamentos da empresa Tecniforte, que produz cabos para instrumentos musicais. Postei a foto da embalagem...logo que recebi o pacote... e esta postagem se refere a análise dos produtos que me foram gentilmente enviados. 
Na foto abaixo:
Prestes a cortar o lacre...assim deve ser uma embalagem de cabos de guitarras do alto escalão....livres de contaminação externa e manipulação indevida. O lacre é a garantia que o produto está intacto e limpo. Já fui vendedor de loja de instrumentos musicais no Japão. E mesmo lá...os vendedores adoram retirar os cabos daquela famigerada embalagem que apenas trava e enrola o produto, re-embalando-os posteriormente - como se ninguém os tivessem violados. E a tal embalagem deixa o produto exposto a poeira e umidade.
Essa dupla de cabos High Clear estavam acondicionados em bolsas plásticas que servem também para armazená-los e transportá-los! Receber os produtos nas referidas embalagens foi uma surpresa bastante agradável!
Aqui na foto abaixo, um "close" dos plugues dessa série, que são banhados a ouro! As ponteiras dos conectores estavam em dimensões corretas e uma película emborrachada circunda as capas dos plugues - que garante uma fixação forte e segura. A qualidade da matéria prima é notória e perceptível no aspecto visual e tátil! Os conectores utilizados pela Tecniforte são produzidos pela GH Industries, veja nesse link: http://www.ghplugs.com/
Um cabo veio com plugues retos e o outro com a combinação reto/90 graus (em "L"). Em termos de apresentação visual, ambos os cabos estavam com acabamento primoroso e "vibe" muito boa!
Eu gosto de plugar uma extremidade do cabo num amplificador valvulado com volume e agudos no "talo", fico segurando a outra extremidade (sem tocar no pino positivo do referido). Eu golpeio o cabo contra o piso, sem força, apenas com jeito! É um ótimo teste, para checar ruídos e fugas de sinal.
Esses cabos além de resistentes e de construção robusta, apresentaram alta performance! 
O material dielétrico é de alta qualidade e vai uma menção especial para um quesito que fez a diferença: a pontinha do conector positivo do plugue possui uma mini protuberância, no formato triangular concebido em cobre. É algo bem sutil, porém perceptível...tanto no timbre como na conexão em si! Vale a pena dar uma conferida na página da web da GH, onde uma tabela comparativa mostra a performance dos conectores desta empresa em relação as demais!
E pela quantidade de guitarras xing ling que assola o nosso mercado, é concebível concluir que a quantidade de jacks de saída de má qualidade também é responsável por danos em conectores. E da mesma forma, os cabos xing ling também são responsáveis pelos danos causados em jacks de saída de guitarras "não" xing ling de boa qualidade!
Com essa ponteira de cobre presente nos cabos Tecniforte, uma coisa é certa: maior durabilidade do plugue e melhores conexões!
Em termos de timbres, esses High Clear(s) surpreendem no quesito definição e clareza. Tratam se de cabos de baixa capacitância - a proporção comprimento/perda de sinal em altas é relativamente mínima. Tenho vários cabos gringos: Monster, Horizon, Mogami, Canare, Entek, Planet Waves, Reference e George L´s e apenas este último, possui características tonais diferenciadas. Com relação aos restantes, os Tecnifortes não ficaram devendo nada! E ainda na questão dos parâmetros comparativos, em relação aos produtos produzidos aqui no Brasil: os High Clear(s) estão na dianteira! 
Já testei de outros fabricantes e foram muitos modelos e produtos de várias categorias. Mas encontrei nesses High Clear, o que preciso para o meu dia-a-dia! Recomendo e realmente, vale o investimento!
No quesito manipulação, os cabos se comportaram dentro da normalidade. São fáceis de enrolar e o material aguentou o tranco de algumas apresentações em palco! 
A única ressalva é com relação ao custo, que algumas pessoas questionaram recentemente - alegando que o cabo apresenta preço similar aos importados. De minha parte, isso não existe porque basta testar o cabo e entender que se trata de produto de alta performance. As escolhas são individuais! Eu apoio a indústria nacional, desde que os produtos sejam bem feitos! E não podemos esquecer que a empresa oferece um suporte técnico consistente e rápido. Coisa que uma marca importada, mesmo com respaldo do distribuidor autorizado em terras brasucas, não oferece com um mínimo de burocracia e tempo dispendido! Encontrei um modelo da Spectraflex que apresenta o mesmo custo do Tecniforte, mas são modelos standard. Experimente cotar um modelo assinatura, do Bumblefoot ou George Lynch signature, é muito mais caro!
Os testes que realizei utilizei guitarras com captadores single-coils. Não adianta testar cabos com captadores humbuckers - porque "mascaram" diversos aspectos, principalmente nas relações: sinal/presença; sinal/ataque; sinal/agudos e sinal/ruído. Utilizei um velho software que me ajudou muito quando projetava captadores: o wave surfer. E obviamente: amplificadores valvulados da Rotstage: CJ50 plus, meu modelo signature.
E na foto final, intermediei minha massa cerebral entre o amp e a guitarra! E de agora em diante, sempre utilizando os High Clear!
Veja mais sobre a Tecniforte aqui nesse link: http://www.tecniforte.com.br/
Vídeo produzido pela empresa para vocês poderem checar o cabo internamente!

Sunday, April 15, 2012

duas novas na maleta....

Mais duas ferramentas novas para minha maleta de comodidades técnicas! A primeira é uma multi spanner ( que nada mais é que uma chave multiuso). Já tive uma dessas no passado - quando me mudei do Japão para o Brasil em 1998! Enviei várias caixas de mudança para cá...e infelizmente uma delas está desaparecida (???) até hoje....e continha uma chave similar a essa.
A referida que se perdeu, ganhei do amigo Jun que trabalhava na ESP Technical House. E para "minha alegria" me enviaram esta nova!
Não tem segredo! É uma chave pequena com as extremidades anguladas e com duas pontas de cada lado. Cada par tem um lado serrilhado, veja na foto abaixo. 
Para fazer o ajuste de aperto e "desaperto" de uma chave de seleção do tipo toggle é perfeita. A chave é de aço escovado e não risca o acabamento do instrumento (logicamente que isso também depende do elemento que está entre a chave e o chão)!
Outra aplicação da chave no headstock! A multi spanner da ESP poderá ser utilizada em espaçamentos de tarraxas de stratos, LPs, teles, SGs, etc......
E aqui na foto seguinte, o ajuste de aperto do potenciômetro sem a remoção do knob! Muito prático!
A próxima...foi um desejo de consumo de tempos atrás...que finalmente consegui viabilizar! É o Batt-O-Meter, utilizado por cada 11 entre 10 técnicos de guitarras! 
Na lateral direita do aparelho (veja na foto abaixo), tem dois pinos, a qual é feita o encaixe de baterias e pilhas para teste. Eu sei, eu sei....um multímetro faz a mesma coisa...ajusta em corrente contínua, ajusta a escala aproximada e pronto!
 Aqui na foto abaixo, a parte frontal superior do aparelho, a indicação da polaridade dos pinos laterais (da foto anterior) e na outra extremidade, o botão de acionamento do aparelho e seletor do tipo de bateria ou pilha.
Na foto seguinte, o teste da bateria de 9 Volts...pressionando o botão de teste, a primeira indicação é o tipo de bateria, a carga correspondente e a porcentagem da bateria (na foto 96%)!

Nesta foto, o teste da pilha (AA) da minha lanterna, basta encostar a ponta positiva na respectiva polaridade do pino do aparelho e utilizar o plugue embutido no Batt-O-Meter! O Batt indica a carga e a porcentagem da pilha....eu sei....eu sei...o multímetro faz a mesma coisa (menos a porcentagem)....
 Na foto seguinte, uma visão macro do plugue embutido no Batt-O-Meter! É bastante similar aos cabos curtos de interligação de pedais, mas apenas diferente na ponta do plugue.
Pois então...na foto abaixo...o Batt-O-Meter está conectado ao pedal CE5 da Boss, o chorus ensemble! O aparelho indica a carga da bateria e o tempo de duração da mesma no pedal....e isso vale para todos os tipos de pedais. No caso de um pedal overdrive indicará um tempo maior de duração. No caso do Chorus, 17 horas de uso(vide foto) e no Digital Delay, indicou 4 horas de uso.
Pois é, isso o multímetro não faz! Os pedais da Boss são fáceis de abrir e tirar a bateria. Mas tem outras marcas e muitos pedais de boutique que a remoção é mais demorada! Isso faz diferença na estrada e com o Batt-O-Meter, ganhamos com agilidade e rapidez!
Eu sei, eu sei...a maioria dos guitarristas utilizam fontes de alimentação! Mas olha...meus recentes shows e bandas que trabalhei, muitos preferiam utilizar baterias alcalinas. E lembro que no passado, muitos músicos também optaram assim. Olha só: Magnus Rosen (ex baixista do Hammerfall), Jack Frost (na época do Savatage), Lance Harrison (Hirax), Dave Pybus (baixista do Cradle Of Filth) e alguns outros...principalmente para fazer workshops e clínicas.
Não, não...o multímetro continua na mala e será sempre bem utilizado! Ferramentas novas me deixam estimulado e o investimento desta feita foi baixo...recomendo e qualquer dúvida, bastam perguntar ou comentar! Abrax!